24/06/2015

A cidade do sol - Khaled Hosseini


Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rashid, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.
 Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: 'Você pode ser tudo o que quiser.' Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela história, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a história continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do 'todo humano', somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.
"(..) ela tinha dito a respeito de fraturas e colisões fortíssimas que conteciam bem lá no fundo, mas que, às vezes, nós só percebíamos como um ligeiro tremor na superfície." 


“O que a primeira neve da estação tinha de tão especial?”, pensou Mariam, “o que a tornava tão fascinante? Seria a possibilidade de ver algo ainda puro, ainda intocado? Capturar a graça efêmera de uma nova estação, um adorável começo, antes que tudo aquilo fosse pisoteado e estragado?”
O livro é bastante instigante, passei horas e horas lendo ele na madrugada porque estava super curiosa de descobrir o que ia acontecer. Tem partes em que o autor descreve uma cena mas não fala diretamente o que aconteceu, ele vai contando o que está acontecendo , e você, tem que entender o que ele está lhe dizendo.

“De todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar.”
No livro também aparece Tariq, um amigo de Laila. E em muitos momentos quando a história está focada neles, você meio que pensa "Poxa, o que será que vai acontecer com eles?" e de repente, começa a chorar litros, e depois, já começa a sorrir. É uma abundância de sentimentos se confrontando entre si.


“– E o riso dela? (...) Era algo absolutamente dominador. Ninguém tinha a menor chance diante dele.” 
O livro também é um ótimo ensinamento. Ele vai contando detalhes do Afeganistão, oferecendo um retrato da vida no país ao longo das últimas quatro décadas. Essa historia é uma descrição poderosa e perturbadora da guerra, mas também uma evocação lírica da vida e da eterna esperança de suas duas personagens inesqueciveis.

"Em poucos anos, essa menina vai ser uma mulher que pede muito pouco da vida, que nunca incomoda ninguém, nunca deixa transparecer que ela também tem tristezas, desapontamentos, sonhos que foram menosprezados. Uma mulher que vai ser como uma rocha no leito de um rio, suportando tudo sem se queixar. Uma mulher cuja generosidade, longe de ser contaminada, foi forjada pelas turbulências que se abateram sobre ela."


Um memorial para as mulheres do Afeganistão. Mariam com sua humildade, com seu viver agradecido por tudo diante de uma vida sem perspectivas, sem sonhos, em que lhe foi tirado quase tudo, depois de tantas perdas, mas lá dentro dela começa a revolução dessa mulher afegã que tem seu valor, que sofre calada, que luta de acordo com suas forças,que aceita seu destino, mas que ama o próximo com o amor maior do que qualquer religião apregoa, matando seus sonhos pelo de outras pessoas.
Laila, lutadora, sonhadora, nunca se entregou, uma genialidade, uma autenticidade, uma estrategista fria diante das dificuldades, que faz de tudo por liberdade e por seus filhos, mas que ama sua terra com uma paixão resgatadora.
Tarik, o resgatador do sonho, um cavaleiro num mundo de talibãs.
Rashid, o homem fruto de sua própria ignorância, que tinha duas mulheres e assim mesmo nunca conseguiu satisfazer a si próprio, um monstro de crueldade que usava a religião como sua crava de sustentação para suas revelias.
Mariam e Laila vocês são o Noor dos meus olhos, verdadeiras heroínas.
Para mim Hosseini se superou com este livro contando uma história rica de sofrimento, sempre dando valor a alegria, com a esperança de um Afeganistão melhor, e ao mesmo tempo falando da violência contra mulher que é um tema mundial que se arrasta desde a antiguidade até os dias de hoje.
Uma mensagem que fica é sempre acreditar em dias melhores por mais que hoje o dia seja difícil, é tentar tirar o que podemos aproveitar até do que achamos está perdido. -Comentário de Henrique no skoob

“Pode contar seus segredos ao vento, mas, depois, não vá culpa-lo por contar tudo às árvores.”

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